Monday, May 26, 2025

Peter David (1956-2025)


Peter David in October 14, 2011

If (a couple of) people known me in America is mainly because I always was a fierce opponent of the Super-Hero genre. I view it as simplistic, manichaean, neofascist, misogynous, escapist, etc... Nothing good, of course, not to mention a strong proponent of American excepcionalism. Even so, I remember reading, and enjoying Peter David's column "But I Digress" in The Comics Buyer's Guide. Peter David definitely does not belong on this blog, but I'm getting old and decided to honor his memory just the same.

Tuesday, April 15, 2025

O Programa Segue Dentro De Momentos...

David Soares (e) e Pedro Nora (d), Mr. Burroughs, Novembro de 2000

Os que são da minha idade, ou próximo disso, lembram-se, com certeza, de um intertítulo quando, algo de impensável, com os meios técnicos de hoje, alguma coisa corria mal nas transmissões do canal de televisão único, a RTP: "Pedimos Desculpa Por Esta Interrupção / O Programa Segue Dentro de Momentos".  Com a frase no subsconsciente, ou mesmo no consciente, já não me lembro, terminei um texto que se supunha ser sobre Mr. Burroughs, mas que, na realidade, foi sobre o desenhador, Pedro Nora, publicado no catálogo do Salão Lisboa 2000 com a frase: "O programa segue dentro de momentos, certamente..." Também começava o texto referido com o wishful thinking de que a margem se ia deslocar para o centro, centro esse que, aliás, punha em dúvida que existisse em Portugal...

Pois bem, o programa não seguiu coisa nenhuma e a margem continua onde sempre esteve.

Bastaram as chegadas de dois presidentes da câmara do PSD em Lisboa e Porto para que a periclitante situação de bonança, porque talento havia, e muito, se esfumasse num ápice. Refiro-me ao engenheiro, note-se, Carmona Rodrigues a Sul e ao economista, note-se, Rui Rio a Norte, ambos no fatídico ano de 2005. 

Desses tempos guardo ainda duas pet peeves contra outras tantas figuras conotadas com o PSD: Vasco Graça Moura e José Pedro Vasconcelos. Sendo de direita e subscritores da ideologia neoliberal, eram ambos contra o que chamavam a subsidiodepêndencia. Não tenho maneira de saber ao certo, mas sempre me pareceu que Vasconcelos tinha uma certa aversão ao que se convencionou chamar, tanto no Brasil como em Portugal, Cinema Novo. Não sei se pelas obras em si ou se pelas tricas lisboetas que, num meio tão pequeno, é inevitável que existam. Para Vasconcelos o Estado não tinha nada que se imiscuir em assuntos de cultura e, muito menos, favorecer estes em detrimento daqueles, etc... A crítica está longe de ser descabida, mas coloca um problema: como diria Lénine, então, que fazer?...

A resposta de Vasconcelos veio-lhe do outro lado do Atlântico, de Frank Capra: Hollywood em vez de cinema experimental, comercialismo de qualidade, achava ele, em vez de elitismo...

Se acho que a atribuição de subsídios tem realmente os seus problemas, mas é a única maneira de uma arte digna desse nome existir e, sem ela, entrámos na barbárie em que estamos, as ideias defendidas por Graça Moura ainda me parecem mais estapafúrdias: a Educação vai criar públicos preparados para consumir a qualidade e rejeitar o que é medíocre. Vê-se! Foi assim que o cinema em sala se infantilizou e morreu a morte de Benjamin Button. Ainda por cima, foi a banda desenhada que o matou!... Digo...

Tuesday, January 28, 2025

 

Héctor Germán Oesterheld (e), Hugo Pratt (d), Andrés Martin (l), "lobo Conrad", Hora Cero Suplemento Semanal #22 (29 de Janeiro de 1958)

João Ramalho Santos escreveu no último Jornal de Letras uma crítica a três livros de banda desenhada entre os quais se encontra Jesuit Joe e outras histórias. Tudo muito bem, mas foi pena ter-se esquecido de que Jesuit Joe foi muito "inspirado" em "lobo Conrad". Mesmo além-túmulo, Ugo Prat continua a beneficiar da ignorância de toda a gente, fruto de que todo este material continua à espera de ser reeditado. Ou não? Acho que, em Itália, e em edição de grande tiragem, se publicou Tutto Pratt. "lupo Conrad" está no nº 18, aposto que colorido, não sei se com as palavras intactas e, portanto, completamente adulterado.